O Grande Cervantes: Cerimônia do Pai de Dom Quixote!
29 de setembro de 2025 marca o aniversário de Miguel de Cervantes, cuja obra “Dom Quixote” reflete questões sociais atuais.

O Grande Cervantes: Cerimônia do Pai de Dom Quixote!
No dia 29 de setembro celebramos o aniversário de Miguel de Cervantes Saavedra, um dos escritores mais importantes da literatura ocidental. Sua obra mais famosa, “Dom Quixote”, não é apenas reconhecida como o primeiro livro moderno, mas também é frequentemente citada como um dos melhores romances de todos os tempos. O autor, outrora veterano da Batalha de Lepanto, passou por inúmeros contratempos em sua vida. Ele era um cobrador de impostos fracassado e até acabou na prisão em Sevilha quando começou a esboçar sua obra-prima. Esta história de origem é tão única quanto comovente, porque Cervantes criou “Dom Quixote” não num momento de liberdade, mas sob enorme pressão e em tempos de escassez. Os temas do livro ainda são muito relevantes hoje.
Em “Dom Quixote”, cujo título completo é “O Engenhoso Cavalheiro Dom Quixote de La Mancha”, o protagonista Alonso Quijano, que perdeu a cabeça lendo romances de cavalaria, persegue seus sonhos de nobre cavaleiro. Juntamente com o seu fiel companheiro Sancho Pança, ele embarca numa viagem de aventura em que a realidade e a ilusão muitas vezes se confundem. Cervantes parodia assim os romances de cavalaria populares da época, que eram chamados de “Netflix” do século XVI, e ao fazê-lo na verdade faz de Dom Quixote o herói de uma tragédia cômica.
Personagens e seu significado
A relação entre Dom Quixote e Sancho Pança é central. Dom Quixote é frequentemente descrito como ridículo, mas personifica os ideais pelos quais vale a pena lutar. Sancho Pança, o realista, traz o equilíbrio necessário a esta dupla dinâmica. Esta dinâmica é vista como necessária para a sobrevivência do ideal num mundo caracterizado pela estupidez e por normas falaciosas.
De forma emocionante também é citado Dietrich Bonhoeffer, que, como Cervantes, filosofou na prisão e observou: “Os melhores são os que perecem assim”. Suas reflexões sobre a estupidez como mais perigosa que a malícia conectam-se lindamente com a história de Cervantes. Porque em “Dom Quixote” os verdadeiros adversários não são verdadeiros moinhos de vento, mas muitas vezes os sistemas que mantêm essa irrealidade.
Um trabalho atemporal
A discussão sobre a estupidez, que muitas vezes se disfarça de normalidade, também é muito relevante na sociedade atual. Cervantes era mestre em refletir a natureza humana e a necessidade de idealismo. Mesmo mais de 400 anos após a sua primeira publicação, a sua obra não só continua a ser um dos livros mais traduzidos do mundo, como também vende até ao limite - com mais de 500 milhões de cópias em todo o mundo. “Dom Quixote” é mais que um texto histórico; é um documento vivo que nos aproxima dos perigos da vida quotidiana e do poder dos sonhos.
Seja através de sua estrutura episódica distinta ou de seu uso magistral da ironia, a influência de Cervantes ainda é sentida hoje. Ele criou conceitos que se tornaram parte da nossa memória cultural, e o termo “quixotesco” por si só ilustra o seu impacto duradouro na literatura e muito mais. A obra desafia-nos a continuar a lutar contra os moinhos de vento da estupidez e do conformismo, mesmo nos tempos modernos.
Para todos aqueles que desejam compreender melhor o grande Cervantes e sua figura imortal Dom Quixote: O livro não é apenas um clássico antiquado, mas também um importante companheiro nas turbulências da vida.